24/01/2014

Data centers com emissões de carbono altas


O investimento em tecnologias alternativas, como a energia solar e eólica, deixou de ser justificado por questões ambientais. Em vez disso, fala-se dos supostos benefícios económicos, em especial, das promessas dos chamados "empregos verdes". Infelizmente, isso não está à altura da realidade económica.

O trabalho de consciencialização dos benefícios das Green IT está ainda numa fase inicial. A maior selectividade nos investimentos de TI, fruto dos orçamentos reduzidos e das novas condições económicas prejudica a adopção das tecnologias chamadas verdes, devido à maior dificuldade em medir resultados; esta não tem sido uma das prioridades para as organizações, dando-se preferência àqueles projectos que endereçam uma necessidade específica.

Os projectos de Green IT continuam a estar na lista das prioridades, mas, quando comparados com outros projectos de maior retorno e mais imediato, perdem prioridade e são frequentemente adiados. Os benefícios que uma empresa poderá ter com a implementação de políticas green surgem numa óptica de médio a longo prazo, sendo necessário agilizar e estandardizar todas as iniciativas de modo a ter um resultado e retorno visíveis. Os principais obstáculos ao desenvolvimento e implementação de políticas green focam-se, na cultura organizacional da empresa assim como na sua infra-estrutura tecnológica; a abordagem poderá revelar-se morosa.

Por exemplo em Portugal reinam ainda os centros de dados antigos, menos eficientes e, devido aos cortes de custos, as organizações ainda evitam consultar as empresas especializadas em Green IT, pensando que com essa atitude estão a poupar.

As empresas europeias que levaram a sério as suas estratégias de Green IT foram recompensadas com uma margem de lucro dois por cento superior às das restantes companhias da indústria. As empresas que estão mesmo decididas a usar a sustentabilidade como factor diferenciador tendem a investir em tecnologias como telecomutação, tele-presença e vídeo-conferência, o que faz com que os custos associados à sua força de trabalho tendam a ser inferiores.

São poucas as organizações de TI que têm implementadas iniciativas corporativas concretas de tecnologias verdes. No encontro da IDC, 78 % dos presentes afirmaram que, nas suas companhias, não há orçamentos reservados a este tipo de iniciativas ou a qualquer outro programa cujo objectivo seja a adopção de políticas tecnológicas de protecção ao meio ambiente.

As fontes de energias alternativas, como a energia solar e eólica, geram electricidade e combustível, significativamente, mais caro do que as fontes de energia tradicionais. Aumentar o custo da electricidade e dos combustíveis vai afectar a produtividade, reduzir o emprego e reduzir o rendimento disponível das pessoas. Ainda assim, muitos estudos utilizados por defensores dos empregos verdes não têm em consideração estes custos, deixando de lado tanto o custo do investimento, como os preços mais elevados que vão ser suportados pelo consumidor final. As empresas que reclamam uma intervenção política para criar empregos verdes são as que tendem a beneficiar de subsídios e tarifas. Mas, como estas políticas aumentam os custos dos combustíveis e da electricidade, implicam "layoffs" noutros sectores económicos.

As energias alternativas continuam a ser ineficientes e caras, quando comparadas com os combustíveis fosseis. Desenvolver fontes de energias alternativas menos eficientes e mais caras vai penalizar os empresários e os consumidores e não ajudá-los. Para que o planeta possa fazer uma mudança sustentável, que o afaste dos combustíveis fósseis, é necessário tornar as energias de baixo carbono mais baratas e eficientes. Isso exige um aumento significativo da pesquisa e desenvolvimento das energias alternativas de última geração.


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